segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Uma cidade não tão maravilhosa assim – Rio 2016

O anúncio do Rio como sede realizadora das olimpíadas 2016 emocionou nosso Presidente, nossos atletas, o povo brasileiro e especialmente os cariocas de Copacabana. A cidade maravilhosa mereceu, com algumas ressalvas, ser escolhida cidade olímpica, mas não podemos, claro, fechar os olhos para algumas cláusulas restritivas ao merecimento, como por exemplo, a famigerada e conhecida guerra civil que assombra não só a cidade do Rio como todo o estado. Até 2016 temos a chance de consertar muita coisa, aproveitando a boa e oportuna vontade política dos nossos representantes.

É óbvio: Queremos celebrar a maior festa esportiva do mundo, mas temos muito trabalho pela frente, precisamos ajeitar a casa, para que a festa não acabe antes do apagar das luzes. Como dito antes, tudo é interessante a todos, todos ganham e o desfrute dos investimentos é todo nosso, não só dos cariocas, mas de todo povo brasileiro.

Num prognóstico de cálculo simples, podemos ver que os benefícios provenientes do evento serão muitos e nem todas as mazelas juntas existentes no estado do Rio de Janeiro poderiam comprometer os avanços que virão. No Rio de Janeiro, problemas sociais que atingem todo o país estão elevados a quinta potência, mas os investimentos serão pesados no sentido de dirimir alguns e atenuar outros. Alguém já avisou aos traficantes que eles não poderão usar a vitrine das olimpíadas para incrementar seus lucrativos negócios?

A (in)segurança é de longe a maior fragilidade e a cidade vive amedrontada, a própria polícia não consegue se proteger dos traficantes e suas armadilhas, das milícias e seus armamentos, será que esta mesma polícia estará apta a garantir a segurança dos civis?

Outro medo são os mega empreendimentos e os investimentos aplicados neles, sem falar num hábito muito comum entre nossos políticos e empresários, os desvios de verbas, além do pós-evento (quem não lembra o PAN 2007, em que as obras custaram muito mais do que os orçamentos previstos). É torcer para que as obras faraônicas não se tornem “elefantes brancos”.

A esperança é que o Rio-2016 esteja alinhado ao desenvolvimento da cidade, que as necessidades sociais sejam assistidas através do esporte e que os Jogos possam ser o canal para o desenvolvimento de certas áreas da cidade, principalmente as favelas.

O reconhecimento e enfrentamento dos problemas como a segurança pública é importante e, ainda mais importante, o planejamento das ações. A cidade vem tentando uma nova abordagem policial com o surgimento de programas sociais de cunho esportivo, que podem ser melhorados e ampliados com as Olimpíadas.

Apesar da copa de 2014 acelerar o desenvolvimento da infra-estrutura, o Rio precisa urgentemente de um programa eficaz para seu desenvolvimento urbano, já que o PAC não está conseguindo resolver o problema.

Os Jogos podem melhorar diversas áreas na cidade e no país, desde a economia até as áreas sociais, além de acelerar a entrega das obras, mas isso, é óbvio, requer uma gestão cuidadosa e um monitoramento criterioso de todo esse investimento.



por Rodolfo Alves - Colunas Diginet

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